20 fevereiro, 2014

Istambul, Constantinopla ou Bizâncio?

Na verdade, os três.
Istambul é a maior cidade do país e de uma vivacidade, dinamismo e diversidade como nenhuma outra, além de muita história.

Foi fundada como Bizâncio em 667 a.C pelos gregos e passou a se chamar Constantinopla após a sua reconstrução pelo imperador Constantino em 330 d.C. Servia ao Império Romano e na época era a mais rica e cristã do oriente. Se tornou islâmica em 1453, quando foi tomada pelos turcos otomanos e só em 1900 que se tornou Istambul.


Senti o peso da história assim que cheguei, à caminho do hotel. De cara, entrei no clima dos impérios, já que me hospedei no bairro de Sultanahmet, onde estão as principais atrações turísticas e históricas.



Pra começar a conhecer a cidade, nada melhor que conhecer seu império, nesse caso, o melhor lugar é o Palácio Topkapi, antiga sede administrativa do Império Otomano e residência de sultões. Hoje, o Topkapi é um museu, com vários pavimentos e pátios. Do lado de fora, os jardins são daqueles que você tem vontade de sentar e fazer um piquenique e com um visual incrível para o Estreito do Bósforo. Dentro, muitas relíquias. Tronos, armas, jóias, artefatos de decoração, muito ouro, esmeralda, marfim, mármores e cerâmicas - tesouros e um dos principais objetos é o cajado de Moisés. 




Atravessando o jardim, tem um outro pavimento e muito especial, o Harem, que é um palácio menor e que era considerado um lugar proibido. Era onde viviam os sultões com suas "meninas" (mães, esposas e concubinas). Isso mesmo, os sultões podiam ter várias mulheres desde que sustentassem a todas elas. E olha que havia hierarquia. Na verdade, elas disputavam a atenção do sultão para se tornar uma preferida. Além de bonitas, tinham que ter aptidões especiais, conhecimentos políticos, religiosos, danças e qualidades domésticas além da capacidade de gerar herdeiros. Muito interessante. 


Depois do Topkapi, a parada foi na Hagia Sophia ou Aya Sofia, uma mesquita que já foi uma catedral católica. É sensacional!! Tem um domo altíssimo e colunas dignas de Roma. O altar fica na direção de Meca e, junto com os mosaicos em ouro e pedras preciosas, é um dos pontos máximos da visita, além de todos os detalhes na arquitetura, lustres, painéis e objetos. Um deles chama bastante atenção e é super bacana - uma jarra de água do tamanho de uma pessoa adulta e feita em um único bloco de mármore.
  

Apesar do islamismo ser a religião de grande parte da população, Istambul tem muitas tendências ocidentais, o que se reflete também nas religiões. As pessoas são mais tolerantes em relação a fé e mais flexíveis. Pude ver de perto, pois era o período do Ramadam, que acontece no nono mês do ano (de acordo com calendário lunar). É um período em que os mulçulmanos renovam a fé, reavaliam conceitos e de purificação. Ficam de jejum desde o amanhecer até o pôr-do-sol. Esse finzinho de dia é um momento bastante esperado e de festa. As pessoas aproveitam o calor e fazem piqueniques nos jardins, principalmente os próximos à Hagia Sophia e à Mesquita Azul, que é um dos símbolos da cidade. 

Os minaretes da mesquita podem ser vistos de quase toda cidade e esta mesquita especificamente é a mais importante para os muçulmanos turcos e uma das atrações mais visitadas. 

      
              



Istambul é uma cidade de muitas facetas, cheia de surpresas, experiências e muita coisa legal pra visitar e experimentar, como um típico banho turco no Hamman Çemberlitas, negociar ouro no Grand Bazzar, fumar um Nargile no Gorgulu Ali Pasa, comer um gosleme, dançar a noite toda em uma das melhores boates que já fui na vida ou conhecer um mercado de especiarias. Tudo isso, fica para o próximo post. Enquanto isso, aproveite se imagine vivendo isso e enriqueça-se com um pouquinho de história. :)